Fotos Siloé Amorim


     Nascido em Palmeira dos Índios , desde ceco que Siloé vivenciou os ambientes das feiras populares e o universo encantado das culturas populares. Foram estas lembranças que com o passar dos anos e através do registros mnemônicos das vivências infantis que aos poucos foram emergindo e se solidificando na sinuosidade de sua trajetória de um antropólogo e de um pesquisador apaixonado pelas culturas populares alagoanas e pelo universo sagrado e suas manifestações. De modo que, diante da sinuosa trajetória do autor, o que por ora se expõe é pouco, mas que, todavia, se impõem enquanto reminiscências, as quais, por meio delas o que se revela, são as entranhas das culturas populares e da explosão do sagrado por entre as trajetórias de romeiros, benzedeirasíndios, e os batuques dos cultos religiosos de matriz afro-alagoana.

A epifania do Sagrado no Popular: o registro de alegrias e de trajetórias sagradas. As imagens de Siloé Amorin.

          É enquanto reflexo de sua trajetória de professor, pesquisador-antropólogo e um apaixonado pelas culturas populares, que devem ser compreendidos os registros das imagens-mundo do universo das imagens de Siloé Amorim.  Na verdade, não se trata de realismo, posto que, o que por dentre elas se vê, é um olhar de um pesquisador  apaixonado. Com esta compreensão, os enquadramentos temáticos dos registros de Siloé, são testemunhos de sua trajetória de um pesquisador comprometido com o registro e a resistência das culturas populares e nelas, seus negros, rezadeiras e índios, enquanto personagens através dos quais os movimentos do sagrado têm se ritualizado e se proliferando em conteúdos e formas. Neste entendimento, as suas imagens, alegorias recolhidas em diferentes geografias, crenças descontínuas e múltiplas temporalidades, são registros da caminhada de um pesquisador apaixonado que se deixa conduzir pelos acasos de um devir saturado de um sagrado profano e de um profano, também ele, sagrado. É por este caminho que se entende os seus registros do catolicismo popular, das romarias e de seus mistérios e também, das exuberantes imagens dos cultos religiosos de matriz africana.  Todas, ou quase todas, são registros do sagrado, de suas venerações, alegrias e angustias. É justamente isto o que se revela no sagrado da filha de Iemanjá em Quase uma flor e no flagrante do Extase.  No que se torna impossível uma compreensão do que eles, crentes pensam e sentem, o que se expõe, são apenas fragmentos, alegorias de um sagrado aurático que se esconde por detrás dos registros das imagens. É também do sagrado que se trata em Romaria e  Rezadeiras, imagens diante das quais, poder-se-ia perguntar: para onde vão eles, os romeiros e, no que pensam as rezadeiras através da assimetria de seus olhares e corpos?
            São ainda enquadramentos no mesmo roteiro de registro do sagrado, a imagem de Padim Ciço nas sombras, a seqüência das imagens de Cancioneiros I  e Cancioneiros IIou ainda o ato de fé, como se ela, fé, fosse algo possível de se revelar em solidão, e, também no registro do popular, a bizarra pose do Casal de Índios, e ainda, a fusão de planos de Índios(ou Sem Terras?), e, finalmente, o descanso em compasso de espera dos ornamento dos Encantados.


Clique nas imagens para ampliá-las.

Siloé Amorim

 Quase uma flor


 Êxtase


 Romaria


 Rezadeiras


 Padim Ciço


 Cancioneiros I


 Cancioneiros II


 Casal de índios


 Índios (ou sem terras?)


 
Encantados

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